quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

O ensino de música no Brasil

O ensino de música nas escolas brasileiras iniciou-se no século 19. A aprendizagem era baseada nos elementos técnico-musicais e realizada, por exemplo, por meio do solfejo. No fim da década de 1930, no entanto, Antônio Sá Pereira e Liddy Chiaffarelli Mignone buscaram inovações. Sá Pereira defendia a aprendizagem pela própria experiência com a música; Chiaffarelli propunha jogos musicais e corporais e o uso de instrumentos de percussão.

Naquela época, Heitor Villa-Lobos (1887-1959) ganhava destaque. Em 1927, três anos depois de conviver com o meio artístico parisiense, ele voltou ao País e apresentou, em São Paulo, um plano de educação musical. Em 1931, o maestro organizou uma concentração orfeônica chamada Exortação Cívica, com 12 mil vozes. Após dois anos, assumiu a direção da Superintendência de Educação Musical e Artística, quando a maioria de suas composições se voltou para a educação musical.

Em 1932, o presidente Getúlio Vargas tornou obrigatório o ensino de canto nas escolas e criou o curso de pedagogia de música e canto. Em 1960, projeto de Anísio Teixeira e Darcy Ribeiro para a Universidade de Brasília (UnB) deu novo impulso ao ensino da música, com a valorização da experimentação. A idéia era preservar “a inocência criativa das crianças”.

Duas décadas depois, a criação da Associação Brasileira de Educação Musical e da Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas (Abrace) contribuiu para a formação de professores no ensino das linguagens artísticas em várias universidades. No ensino de música, a experiência direta e a criação são enfatizadas no processo pedagógico.

Na década de 1990, o ensino de artes passou a contemplar as diferenças de raça, etnia, religião, classe social, gênero, opções sexuais e o olhar mais sistemático sobre outras culturas. O ensino passou a ter valores estéticos mais democráticos.Atualmente, a aprendizagem musical deve fazer sentido para o aluno.

O ensino deve se dar a partir do contexto musical e da região na qual a escola está situada, não a partir de estruturas isoladas. Assim, busca-se compreender o motivo da criação e do consumo das diferentes expressões musicais.

Fonte: Ministério da Educação

A importância do estudo da Música

(Resumo da palestra proferida na eMB em 29/11/2008)

Palestrante: Professor Jader G. Silva

Tema: "A importância de estudar música no contexto social, cultural e econômico."

A música é capaz de transformar a vida de uma pessoa e de uma sociedade. Comunidades que se envolvem com a música diminuem a incidência da criminalidade, evasão escolar, envolvimento com drogas e violência em geral.

A música contribui para a concentração e determinação, além de fortalecer valores como amizade e humanismo. Mesmo sem pregar ideologias é capaz de trabalhar o subjetivo das pessoas, e vem sendo utilizada inclusive em presídios para amenizar a agressividade dos detentos.

Após quatro décadas o Brasil terá novamente a música inserida no ensino escolar, isso porque em Agosto de 2008 foi aprovada pelo presidente Lula a lei Lei nº 11.769, que inclui a música como matéria obrigatória nas escolas de ensino básico (1ª a 8ª série) da rede pública e particular em todo o país. As escolas terão três anos para adequação à nova lei, e o que se pode notar é que certamente faltarão professores.

Pensando nisso a lei sofreu um veto no artigo que tratava da formação específica para os professores. Portanto, esse é o momento para iniciação, aperfeiçoamento ou profissionalização na área. O campo de atuação do músico é variado, seja como professor em escola de música, escola de educação básica, realização de shows, gravações em estúdios, etc.

As escolas de educação básica darão oportunidade a muitos jovens de descobrir o interesse pela música, além de desfrutar dos benefícios imediatos agregados ao estudo como mencionados acima.

Já as escolas de música terão o papel de aperfeiçoar o conhecimento daqueles alunos que descobrir o interesse em se aprofundar em música.

A indústria de instrumentos, áudio e acessórios serão diretamente beneficiadas, pois novos empregos e renda serão gerados aos brasileiros. Além disso, seremos consumidores mais atentos a quem faz música com responsabilidade e, sobretudo arte.

O estudo da música deve ser encarado com vocação, determinação e prazer. Resultados imediatos são buscas inúteis, pois a música é um projeto de vida e a transformação ocorre continuamente nas nossas vidas.